Mestrado ou Licenciatura? Na maioria das profissões, compensa ter um mestrado
Nos últimos anos, o número de jovens trabalhadores com mestrado aumentou de forma significativa. De facto, o volume de jovens mestres no mercado de trabalho em 2020 foi cinco vezes superior ao registado em 2010.
Enquanto em 2010 apenas 1,2% dos trabalhadores entre os 25 e os 34 anos tinham completado um mestrado, em 2020, já 6,8% dos jovens tinham este nível de escolaridade.
Para os jovens trabalhadores, em termos salariais, compensa completar um mestrado?
O salário médio dos trabalhadores, entre os 25 e os 34 anos, com mestrado tem sofrido grandes oscilações na última década, com uma queda abrupta até 2015 e subsequente aumento nos anos seguintes. Em 2020, o salário médio dos jovens mestres foi de 1669€, um valor que, em termos reais, ainda era inferior ao de 2010.
Apesar do decréscimo do salário médio dos jovens trabalhadores com mestrado, entre 2010 e 2020, o ganho salarial de completar um mestrado, face a níveis de qualificação mais baixos – como uma licenciatura –, tem vindo a aumentar, sobretudo de 2013 em diante.
Em 2020, os trabalhadores entre os 25 e 34 anos, com mestrado, ganhavam cerca de 22% mais do que os trabalhadores na mesma faixa etária que possuíam apenas licenciatura. Em 2010, esta diferença salarial era de apenas 9%. Num período de dez anos, o ganho salarial de completar um mestrado, face a deter apenas uma licenciatura, aumentou cerca de 13 pontos percentuais.
Em 2010, os jovens (25-34 anos) trabalhadores com mestrado ganhavam, em média, cerca de 144€ a mais do que os jovens licenciados. Em 2020, este ganho adicional foi de 301€.
Salário Médio Real dos jovens(25-34 anos) trabalhadores com mestrado completo e rácio salarial entre mestrado e licenciatura
FONTE: QUADROS DE PESSOAL (GEP/MTSSS),FJN/BRIGHTER FUTURE.
NOTAS: SÃO CONSIDERADOS OS TRABALHADORESPOR CONTA DE OUTREM EM EMPRESAS DO SETOR PRIVADO E DO SETOR EMPRESARIAL DOESTADO COM IDADE ENTRE OS 25 E OS 34 ANOS. OS TRABALHADORES INDEPENDENTES, DESERVIÇO DOMÉSTICO E DO SETOR PÚBLICO ADMINISTRATIVO NÃO INTEGRAM OS DADOSORIGINAIS. SALÁRIO BRUTO MENSAL MÉDIO A PREÇOS CONSTANTES (BASE 2020).
A vantagem salarial do mestrado verifica-se em todas as profissões?
A diferença entre o salário médio auferido pelos jovens (25-34 anos) mestres e os licenciados varia consoante as suas ocupações, havendo até profissões em que os licenciados têm, em média, salários mais elevados do que os mestres. No entanto, estes casos são, cada vez, mais uma minoria.
Em 2020, os mestres tinham uma vantagem salarial face aos licenciados em 86% das profissões qualificadas que constam no Brighter Future, ou seja, profissões em que, à partida, é necessário o ensino superior.
Em 2010, esse era o caso para 59% das profissões. Este aumento significativo vai ao encontro do crescimento da diferença salarial entre mestres e licenciados, entre 2010 e 2020.
Diferença salarial entre mestres e licenciados por profissão em 2020
FONTE: QUADROS DE PESSOAL (GEP/MTSSS), FJN/BRIGHTERFUTURE, DADOS PARA 2020 E APENAS PARA AS PESSOAS AO SERVIÇO ENTRE 25 E 34 ANOSEM EMPRESAS DO SETOR PRIVADO E DO SETOR EMPRESARIAL DO ESTADO. FORAM CONSIDERADAS APENAS ASPROFISSÕES BF PERTENCENTES À CPP 1 A 3: ‘Representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos’, ‘Especialistas das atividades intelectuais e científicas’ E ‘Técnicos e profissões de nível intermédio’.
Analisando este indicador por profissão, no 2020, conclui-se que:
_Há profissões em que os mestres chegam a ganhar, em média, mais de 35% do que os licenciados.
Destacam-se as profissões de ‘Designers gráficos e de comunicação e multimédia’, ‘Agentes imobiliários e gestores de propriedades’, ´Técnicos e assistentes farmacêuticos´ e ‘Diretores gerais e gestores executivos de empresas’.
_Há profissões em que os mestres têm um salário médio idêntico ao dos licenciados
Por exemplo: ‘Especialistas em relações públicas’, ‘Arquitetos paisagistas, urbanistas, cartógrafos, topógrafos e similares’ e ‘Audiologistas e terapeutas da fala’.
_Há uma minoria de profissões em que os mestres ganham, em média, menos do que os licenciados
Com destaque para ‘Técnicos das telecomunicações e da radiodifusão’, ‘Diretores de investigação e desenvolvimento’, ‘Engenheiros de minas, metalurgia e relacionados’ e ‘Despachantes, transitários e similares’.
Este insight tem por base dados de 2020. Existe um insight com dados mais antigos. Clica aqui e compara a informação.