Otimismo, empatia e consciência: a gestão emocional como base do percurso profissional
Aprendemos, desde cedo, a gerir as nossas relações pessoais. Aprendemos a gerir a nossa vida profissional, a nossa formação, o quotidiano e os seus imprevistos. Mas que espaço (e tempo) guardamos para a gestão emocional?
Numa sociedade globalizada, cada vez mais rápida, que acompanha com entusiasmo o desenvolvimento das tecnologias digitais e que promove o acesso célere à informação, surgem novos desafios para o indivíduo, nomeadamente o da gestão das suas próprias emoções.
Gestão emocional como ferramenta de desenvolvimento
A gestão emocional é a forma como processamos as emoções. Trata-se de compreender como reagimos em determinados momentos das nossas vidas, quando sujeitos, por exemplo, a situações de ansiedade, de stress, de insegurança ou de tristeza.
A autoconsciência e a autorreflexão permitem o desenvolvimento desta competência que é cada vez mais valorizada no mercado laboral: despertam o sentido crítico, à medida que tentamos entender o que nos leva a sentir e agir de determinada forma.A investigação recente reporta que a inteligência emocional é um fator-chave de sucesso no desempenho de um profissional. Cerca de 90% dos profissionais com melhores desempenhos apresentam altos níveis de inteligência emocional.
A constante vontade de autossuperação dos limites e fraquezas, e a pressão de corresponder às expectativas, tanto no âmbito pessoal como profissional, podem gerar sentimentos de insegurança ou, ainda, promover o stress e a ansiedade. Por este motivo, torna-se fundamental desenvolver técnicas de gestão emocional para ultrapassar os obstáculos quotidianos com maior facilidade e serenidade.
Tomar consciência dos sentimentos e aprender a controlá-los permite-nos reagir com tranquilidade e tomar decisões com clareza quando confrontados, por exemplo, com o medo ou o nervosismo.
Como aprender a gerir as emoções?
À medida que a gestão emocional é estimulada, a capacidade de entender e controlar as motivações por detrás de um comportamento torna-se mais natural.
Porém, importa começar por desenvolver a consciência dos sentimentos. Seguem-se algumas sugestões:
#1 Empatia
Ser empático consiste em entender a posição de outra pessoa. Através da empatia, é possível melhorar a nossa gestão emocional, ao guardar na memória os sentimentos que temos em reação a outras emoções e ao colocar as coisas em perspetiva. Analisar os motivos por detrás desses sentimentos pode ajudar a definir a nossa resposta futura a essas situações do dia a dia.
#2 Autoconsciência
Perguntar-se “Como me sinto?” e “Qual a solução para não me sentir assim?”, avaliando anteriores experiências, valores e memórias é fundamental. Profissionais que se centram no desenvolvimento da autoconsciência, que procuram resposta às suas emoções e que se questionam sobre como melhorar, conseguem ter uma melhor perceção e controlo sobre as suas emoções.
#3 Análise
Profissionais emocionalmente inteligentes conseguem analisar e perceber quando devem ou não desistir de uma batalha. É essencial repensar a forma de reagir na presença de determinado sentimento para evitar cair num estado de burnout, que segundo estudos recentes afeta 23% da população empregada, devido a motivos como tratamento percecionado como injusto, volume de trabalho elevado, funções indefinidas, falta de comunicação e pressão temporal.
A capacidade de análise emocional no local de trabalho pode ajudar a dissipar os momentos de tensão que potenciam estas causas de burnout profissional.
#4 Otimismo
Manter uma atitude positiva aumenta as oportunidades de melhorar a gestão emocional. Isto permite gerir melhor os relacionamentos pessoais e profissionais e pensar de forma clara e construtiva.
Quando procurarmos compreender como funcionam as nossas emoções, teremos maior controlo sobre nós próprios em momentos de nervosismo, medo ou ansiedade. Desta forma, as probabilidades de sermos bem-sucedidos nas tarefas a que nos propomos, tanto na esfera pessoal como profissional, serão superiores. Afinal, saber gerir as emoções impede que nos tornemos prisioneiros delas.