Formação de adultos aumenta em Portugal mas continua aquém do necessário
_ Insight da plataforma Brighter Future da Fundação José Neves conclui que 2022 foi o ano com a maior taxa de participação de adultos em ações de formação da última década
Formação de adultos aumenta em Portugal mas continua aquém do necessário
A participação de adultos em ações de educação e formação tem vindo a aumentar, revela o mais recente Insight da Fundação José Neves sobre as qualificações dos portugueses. Em 2022, 13,8% das pessoas com idades compreendidas entre os 25 e 64 anos reportaram ter participado em programas de educação ou formação, sendo este o valor mais elevado da década e que se traduz num aumento de cerca de 2,3 pontos percentuais relativamente a 2011.
Em todos os anos analisados, a participação das mulheres nestes programas foi sempre superior à dos homens. No entanto, a evolução que se verificou na última década deve-se a uma participação crescente dos homens, de 12,1% em 2011 para 14,2% em 2022 (mais 2,4%).
Apesar deste aumento, Portugal ainda se encontra bastante longe dos países que estão na vanguarda neste indicador, nomeadamente a Suécia e a Finlândia, que apresentaram taxas de participação superiores a 30%, em 2021..
Analisando os dados europeus mais recentes, é possível concluir que Portugal, com 12,9%, ocupava em 2021 a 12.ª posição numa lista encabeçada pela Suécia, logo seguida da Finlândia, ambos com taxas de participação em formação de adultos superiores a 30%. Por outro lado, Bulgária e Grécia eram os países com a menor proporção de adultos a participar em ações de educação ou formação, com 1,8% e 3,5%, respetivamente.
Em 2021 os valores nacionais foram superiores aos da média europeia (10,8%), ainda que estivessem abaixo do objetivo traçado pela União Europeia para 2020 – pelo menos 15% dos adultos a participarem em ações.
Diplomados do ensino superior participam mais em ações de formação
O insight revela ainda que, em Portugal, é significativamente maior a participação de pessoas com ensino superior nestas atividades de aprendizagem. Entre os adultos com este nível de ensino, a taxa de participação foi de 25,1%, um valor bastante superior ao da generalidade da população (12,2%). Uma tendência que, aliás, se verifica na maioria dos países europeus, salientando-se que, considerando apenas este grupo, a participação em Portugal também foi superior à da média europeia (18,6%).
Por outro lado, entre os adultos com apenas o ensino básico a taxa de participação foi consideravelmente mais baixa (4,1%) e ligeiramente inferior à média europeia (4,3%).
É de recordar que na edição 2022 do relatório Estado da Nação, a Fundação José Neves definiu como meta aspiracional para 2040 que 25% dos adultos participem em ações de educação e formação.
Em jeito de conclusão, são os diplomados do ensino superior quem mais beneficia, uma vez que, para além de possuírem um nível de educação mais elevado no início da sua carreira profissional, têm uma maior participação em ações de formação ao longo da sua vida ativa, o que lhes permite adquirir, desenvolver ou melhorar conhecimentos, aptidões e competências, numa perspetiva pessoal, cívica, social e/ou profissional.
O Insight “A educação ao longo da vida, entre os adultos portugueses, tem vindo a aumentar” pode ser consultado na íntegra através do link http://joseneves.org/artigo/a-educacao-ao-longo-da-vida-entre-os-adultos-portugueses-tem-vindo-a-aumentar.
É ainda possível consultar o Guia para adultos: como aprender ao longo da vida?, da Fundação José Neves, que revela que os benefícios da educação e da aprendizagem ao longo da vida podem repercutir-se ao nível individual e social, e também em diferentes âmbitos da vida, nomeadamente na empregabilidade, remunerações, família e bem-estar.