Estado da Nação 2024
A Fundação José Neves pretende contribuir para transformar Portugal numa sociedade do conhecimento através da educação alinhada com as necessidades do futuro
Investir na educação e na aprendizagem ao longo da vida é essencial para garantir aos portugueses melhores perspetivas de empregabilidade, realização pessoal e bem-estar. Este investimento é igualmente decisivo para que as empresas sejam mais bem geridas e produtivas, levando a que Portugal se torne mais competitivo e desenvolvido.
O relatório Estado da Nação visa a divulgação de conhecimento sobre a Educação, Emprego e Competências em Portugal com o intuito de promover a discussão pública sobre a necessária evolução do sistema de educação e formação e a urgente necessidade do seu alinhamento com as exigências do mercado de trabalho e os desafios do futuro.
A edição de 2024 traça um retrato sobre o estado da Educação, Emprego e Competências em Portugal referente ao ano de 2023. Começa por atualizar a posição de Portugal nos indicadores-chave da Educação, do Emprego e do Alinhamento entre Educação e Emprego. De seguida, foca-se no impacto positivo da educação no emprego e nos salários após a pandemia COVID-19 e destaca o importante contributo do Ensino Profissional para a transição digital.
Aborda, em seguida, o impacto da digitalização e da Inteligência Artificial na composição do trabalho, equacionando o aparecimento de um novo mercado de trabalho português.
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A digitalização do emprego no mercado de trabalho português
O aumento da procura de competências digitais surgiu como uma resposta imediata à pandemia. Não obstante, no final de 2023, o índice de digitalização continua a ser consideravelmente superior ao do período anterior à pandemia.
É entre os mais jovens, em particular mestres e doutores, que a intensidade digital do emprego se mantém alta.
A pandemia acelerou tendência de deslocalização do trabalho para casa. Em 2023, o trabalho a partir de casa continua em níveis superiores ao do período pré-pandémico para jovens, mulheres e mais qualificados. Trabalho a partir de casa é uma realidade cada vez mais frequente, sobretudo para os mais qualificados. 11 em cada 100 trabalhadores portugueses trabalham em casa de forma regular e com recurso a TIC.
As empresas com maior digitalização têm mais produtividade e pagam melhores salários.
Da digitalização à Inteligência Artificial: rumo a um novo mercado de trabalho
Perceber quais as profissões mais expostas à IA é importante, mas compreender o seu grau de vulnerabilidade à IA é crucial para mitigar os desafios que se aproximam.
O maior grau de exposição à IA nas profissões portuguesas encontra-se nas áreas administrativa, financeira e de gestão, de psicologia e direito.
São as grandes empresas e setores financeiro e tecnológicos que apresentam uma maior exposição à IA.
Os trabalhadores mais qualificados e mulheres são os mais expostos à IA. As profissões que requererem menos qualificações apresentam menor grau de exposição à IA.
A maioria dos dirigentes e gestores apresentam uma vulnerabilidade baixa à introdução da IA na profissão, sendo os técnicos e profissões de nível intermédio e pessoal administrativo que apresentam uma vulnerabilidade elevada à inclusão da IA na profissão.
O estado da educação, do emprego e das competências em 2023
Em 2023, os indicadores-chave do Alinhamento entre Educação e Emprego evoluíram positivamente, assim como um dos indicadores-chave da Educação.
Alguns dos indicadores-chave continuaram a sua trajetória de evolução positiva, como é o caso do aumento da taxa de emprego dos recém-diplomados e o ligeiro crescimento da proporção de adultos que participaram em programas de Educação e Formação (Alinhamento entre Educação e Emprego), bem como o decréscimo da proporção de adultos sem Ensino Secundário completo (Educação).
Contudo, é de assinalar o decréscimo da proporção de jovens adultos com Ensino Superior (Educação) ou a perda de uma posição de Portugal no peso do emprego em setores intensivos em conhecimento e tecnologia face aos restantes países da UE-27 (Emprego).