Quanto vale um mestrado?

À medida que cada vez mais jovens completam uma licenciatura ou uma formação superior mais curta, também a decisão de prosseguir estudos e completar um mestrado se tem vindo a generalizar.

Este nível médio de qualificação vai-se tornando mais frequente, quer entre os os trabalhadores dos setores privado, como público. Focando no universo de trabalhadores empregados em empresas do setor privado e do setor empresarial do estado, no segmento etário dos 25 aos 34,

A percentagem de trabalhadores com um curso superior de primeiro ciclo (licenciatura ou equivalente) era, em 2018, de cerca de 23,6%. A percentagem de mestres era ainda de cerca de 5,6%.

Evolução do número de trabalhadores (25-34 anos) com licenciatura ou mestrado

FONTE: QUADROS DE PESSOAL (GEP/MTSSS), FJN/BRIGHTER FUTURE. NOTA: INCLUI APENAS TRABALHADORES DOS 25 AOS 34 ANOS.

Apesar desta menor proporção dos mestres, verifica-se um aumento muito significativo da percentagem de mestres entre os trabalhadores.

ENTRE 2016 E 2018, O Nº DE TRABALHADORES COM MESTRADO MAIS DO QUE QUADRUPLICOU, ENQUANTO QUE O NÚMERO DE LICENCIADOS DIMINUIU EM CERCA DE 10,5%

Esta tendência de crescimento muito acentuado, associada à decisão cada vez mais comum de continuar a estudar imediatamente após a conclusão de uma licenciatura, levanta a questão:

VALE A PENA COMPLETAR UM CURSO DE MESTRADO?

_Quais as vantagens em termos salariais associadas à conclusão de um mestrado?

A vantagem salarial de concluir um mestrado quando comparado com uma licenciatura é evidente. Em 2018, os trabalhadores mestres entre os 25 e os 34 anos ganhavam, em média, um salário 20% mais elevado que os licenciados.

Esta diferença salarial aumentou cerca de 9 pontos percentuais desde 2010, mas há que notar que os salários médios associados a ambos os níveis de escolaridade diminuíram significativamente. Mas enquanto que o salário médio dos licenciados recuou cerca de 17% face a 2010, para os mestres a queda foi de apenas 10%.

A evolução entre 2016 e 2018 foi mais positiva para ambos os níveis de escolaridade. De facto, a diferença salarial entre mestres e licenciados aumentou cerca de 4,5 pontos percentuais desde 2016, muito devido ao crescimento mais acentuado do salário médio dos mestres (6,4%) quando comparado com o crescimento do salário médio dos licenciados (2,4%).

_Existirão vantagens salariais para todas as áreas de formação?

As vantagens salariais não são contudo, uniformes entre as diversas áreas de formação do ensino superior:

_Existem algumas áreas em que os licenciados ganham mais do que os mestres, nomeadamente nas áreas associadas ao setor primário (agricultura, silvicultura e pesca) e à formação de professores.

_Nas áreas de Serviços pessoais e Indústria transformadora, os licenciados têm salários médios semelhantes aos dos mestres.

_Nas restantes áreas de formação, os ganhos salariais existem e são substanciais, atingindo valores superiores a 20% nas formações em Saúde, Ciências empresariais, Serviços de segurança e Informática.

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