Como evoluiu o emprego por setores entre 2011 e 2019?

O SETOR DOS SERVIÇOS PESA CADA VEZ MAIS NO EMPREGO 

Em 2011, o emprego em Portugal concentrava-se no setor terciário, tendência que foi reforçada ao longo da década, em detrimento dos setores primário e secundário. O reforço da importância relativa do setor dos serviços no emprego – de 63% em 2011 para 70% em 2019 – foi compensado pela queda do setor secundário (atividades na indústria, construção, energia e água), cujo peso no emprego total caiu cerca de 2 pontos percentuais, mas principalmente do setor primário (agricultura, silvicultura, pecuária, pesca e caça) cujo peso no emprego total caiu para praticamente metade, fixando-se nos 5% em 2019. 

A evolução do emprego nas diferentes atividades do setor secundário não foi uniforme. Entre 2011 e 2019, enquanto o emprego caiu na construção (-28%) e nas indústrias extrativas (-31%), aumentou no setor da energia (+21%) e na manufatura (7%).  

População Empregada por setor agregado de atividade económica em 2011, 2013 e 2019

FONTE: INQUÉRITO AO EMPREGO (INE), FJN1

O EMPREGO EM SETORES DE ALTA TECNOLOGIA TEM CRESCIDO, SOBRETUDO NOS SERVIÇOS 

Uma desagregação mais fina dos setores de atividade permite perceber que o emprego em setores de alta tecnologia aumentou 20% entre 2011 e 2019, o equivalente à criação de cerca de 330 mil empregos, reforçando o seu peso no emprego total em 5 pontos percentuais: de 34% para 39% em 2019. 

FOI O EMPREGO EM SETORES DE ALTA TECNOLOGIA QUE MAIS CRESCEU ENTRE 2011 E 2019: 330 MIL EMPREGOS

De acordo com o Eurostat, o emprego em setores de alta tecnologia corresponde ao emprego em indústrias de alta tecnologia e em serviços intensivos em conhecimento. Este é um fator relevante dada a importância das novas tecnologias em criar vantagem comparativa e como motor do crescimento económico e da produtividade. O emprego em indústrias de alta tecnologia e em serviços intensivos em conhecimento aumentou, mas têm pesos muito distintos no emprego total. 

A percentagem do emprego em indústrias de média-alta e alta tecnologia manteve-se praticamente constante entre 2011 e 2019, e representava neste último ano apenas 3% do emprego total em Portugal e 19% do emprego total no setor da manufatura. O emprego em indústrias de média-baixa e baixa tecnologia continua a ter mais peso, cerca de 14% do emprego total, número que se tem mantido estável na última década. Em 2019, o emprego em serviços intensivos em conhecimento representava 52% do emprego em serviços e 36% do emprego total, depois de ter aumentado 5 pontos percentuais desde 2011. Os outros setores dos serviços também aumentaram 10% face a 2011, representando 34% do emprego total e 48% do setor dos serviços.  

População empregada por setor e nível de intensidade tecnológica e de conhecimento em 2011, 2013 e 2019 

FONTE: INQUÉRITO AO EMPREGO (INE), FJN1

Em suma, verifica-se que, ao longo da última década, o setor terciário reforçou a sua posição dominante no emprego ao representar, em 2019, mais de dois terços do emprego em Portugal. O emprego em setores de alta tecnologia cresceu entre 2011 e 2019 devido, em grande parte, ao crescimento do setor dos serviços intensivos em conhecimento enquanto que o setor das indústrias de tecnologia média-alta ou alta manteve o seu peso no emprego total entre 2011 e 2019 de aproximadamente 3%.

Este insight faz parte do relatório da Fundação José Neves “Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal” que pode consultado na íntegra aqui:

1PERCENTAGENS ARREDONDADAS ÀS UNIDADES PELO QUE O TOTAL PODERÁ SER DIFERENTE DE 100%. VER AQUI ANEXO METODOLÓGICO PARA MAIS INFORMAÇÃO SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DOS SETORES DE ATIVIDADE UTILIZADA.
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