desemprego

Em 2022, a percentagem de recém-diplomados no desemprego em Portugal Continental atingiu os 3,3%, o valor mais baixo dos últimos oito anos, de acordo com a plataforma Brighter Future, da Fundação José Neves.

Em 2022, 46 cursos não tiveram qualquer recém-diplomado inscrito no IEFP como desempregado, um aumento de 24% face a 2021, mas menos 30% do que em 2019, no período anterior ao início da crise pandémica.

A propensão ao desemprego dos recém-diplomados reduziu 1 ponto percentual em 2022 face ao ano anterior e a queda verificou-se em todas as áreas de formação.

Em 2020, o emprego caiu 1% à custa dos trabalhadores menos qualificados, mais jovens e das mulheres. A tendência de qualificação do mercado de trabalho foi reforçada na pandemia, apesar de 47% dos trabalhadores continuarem a ter apenas o ensino básico.

A propensão ao desemprego dos recém-diplomados reduziu cerca de 0,7 pontos percentuais em 2021 face a 2020, todavia continua a ser superior em 0,8 pontos percentuais comparativamente a 2019, antes do início da crise pandémica.

Mais qualificações estão associadas a maior empregabilidade, embora esta vantagem se tenha esbatido nos últimos anos para os mais jovens. 2020 veio relembrar que mais educação protege os jovens no mercado de trabalho em situações de crise económica.

A transição da escola para o mercado de trabalho é mais bem-sucedida para quem termina o ensino superior, sobretudo no caso das mulheres. O desemprego é menor para quem tem o ensino superior, mas há diferenças significativas entre áreas de estudo.

Desde 2011 tem-se assistido a uma recomposição dos empregos a vários níveis. O emprego em setores de alta tecnologia e intensivos em conhecimento tem aumentado. O setor terciário, já dominante em 2011, representa mais de dois terços do emprego em 2019.

O emprego em ocupações com tarefas predominantemente manuais e com maior risco de automação está a perder terreno embora ainda represente uma fatia importante do emprego total. Esta tendência é mais acentuada na população empregada mais jovem.

Em 2020, registaram-se 32 cursos sem qualquer recém-diplomado inscrito no IEFP como desempregado, menos 52% do que em 2019. Esta redução pode ser atribuída aos efeitos da crise sanitária na entrada dos recém-diplomados no mercado de trabalho.

As ocupações que mais perderam volume de emprego entre 2011 e 2013 são ocupadas sobretudo por trabalhadores pouco qualificados e homens. Há mais variedade nas profissões que criaram mais emprego, mas a maioria são trabalhadores qualificados e mulheres.

Os dados do Brighter Future sobre os cursos do ensino superior foram atualizados. Fica a saber como evoluíram o número de alunos inscritos e diplomados, o número de vagas e a propensão ao desemprego dos recém-diplomados. E pesquisa mais de 4500 cursos.

Em contraciclo com a tendência geral, o emprego que envolve tarefas abstratas e com baixo risco de automação aumentou de 2019 para 2020. As variações no emprego foram muito díspares entre os diferentes setores de atividade e profissões.

A pandemia veio acelerar a tendência de aumento do trabalho a partir de casa. No entanto, esta possibilidade parece estar reservada a uma franja da população caracterizada essencialmente por níveis de educação superiores e trabalhadores mais velhos.

O número de diplomados aumentou nos últimos anos mas apenas em algumas áreas de formação. As áreas com maior crescimento de diplomados têm menor propensão ao desemprego mas algumas têm mais de 40% dos diplomados a trabalharem em ocupações pouco complexas.

A pandemia da covid-19 teve um impacto profundo no emprego. Todos os grupos demográficos foram afetados mas de forma desigual. Em termos etários, o impacto foi maior para os jovens. Os menos afetados foram os diplomados do ensino superior.

As transições no mercado de trabalho dependem de fatores demográficos e dos setores de atividade em que trabalham. Vê quais são os fatores que mais determinam a probabilidade ficar desempregado ou encontrar emprego antes e durante a pandemia.