Mestrado ou Licenciatura? O salário é maior para quem tem mestrado na maioria das profissões
Para os jovens que estejam a considerar prosseguir os estudos é relevante perceber o ganho associado a níveis de escolaridade mais elevados, nomeadamente se completar um mestrado se traduz num ganho salarial significativo face a ter apenas uma licenciatura.
COMO TEM EVOLUÍDO A DIFERENÇA SALARIAL ENTRE MESTRES E LICENCIADOS?
A diferença salarial entre jovens mestres e licenciados é medida através do rácio entre o salário médio dos trabalhadores1 com mestrado e o salário médio dos trabalhadores licenciados, ambos na faixa etária dos 25 aos 34 anos.
A análise dos dados entre 2010 e 2019 revela que a diferença salarial foi positiva em qualquer um dos anos, ou seja, o salário médio dos jovens com mestrado foi sempre superior ao salário médio dos jovens com licenciatura. Este ganho salarial adicional de deter um mestrado variou entre 9% e 22% no período em análise, mas de forma muito díspar ao longo da década.
Enquanto se verificou uma relativa estagnação no ganho salarial de completar o mestrado face a uma licenciatura entre 2010 e 2013 (que se manteve praticamente inalterada entre os 9% e os 10%), os anos seguintes foram marcados por um aumento progressivo do rácio salarial entre o mestrado e licenciatura atingido o seu valor mais elevado em 2019, o último ano com dados disponíveis.
Em 2019, os trabalhadores entre os 25 e os 34 anos que completaram um mestrado ganhavam, em média, 1617€, um valor 22% mais elevado do que o salário médio dos que completaram uma licenciatura na mesma faixa etária (1327€). No período de 2013 a 2019, verificou-se um aumento anual médio de aproximadamente 2 pontos percentuais no ganho salarial de deter um mestrado.
Este resultado indica que para os trabalhadores mais jovens, tipicamente com menos experiência, a vantagem de completar um mestrado é bastante evidente, tendo vindo a aumentar sobretudo nos últimos anos.
Evolução do rácio salarial entre o Pessoal ao Serviço com Mestrado e o Pessoal ao serviço com Licenciatura na faixa etária dos 25 aos 34 anos
FONTE: QUADROS DE PESSOAL (GEP/MTSSS), FJN/BRIGHTER FUTURE.2
EXISTEM DIFERENÇAS ENTRE PROFISSÕES?
Esta diferença salarial entre mestres e licenciados entre os 25 e os 34 anos varia consoante as ocupações dos jovens trabalhadores, havendo até profissões em que os licenciados têm, em média, salários mais elevados que os mestres.
No entanto, estes casos são cada vez mais uma minoria. De facto, em 2019, verificou-se uma vantagem salarial de completar um mestrado face a ter apenas uma licenciatura para cerca de 84% das profissões Brighter Future.
Em 2018, esse era o caso para 74% das profissões, como podes ver aqui no insight com dados anteriores. Este aumento significativo vai ao encontro do crescimento da diferença salarial entre mestres e licenciados entre 2018 e 2019.
Diferença salarial entre mestres e licenciados por profissão em 2019
FONTE: QUADROS DE PESSOAL (GEP/MTSSS), FJN/BRIGHTER FUTURE.2
Analisando este indicador por profissão para o ano de 2019, conclui-se que:
_Há profissões em que os mestres chegam a ganhar, em média, mais de 35% que os licenciados.
Destacam-se, no grupo de profissões que à partida exigem um curso do ensino superior, as profissões de ‘Técnico e assistente farmacêutico’, ‘Diretor de investigação e desenvolvimento’ e ´Agente imobiliário e gestor de propriedades´. Este nível de diferença salarial também se verifica em algumas profissões menos qualificadas, nomeadamente ‘Operador de instalações e máquinas, do fabrico de produtos químicos e fotográficos’ e de ‘Pessoal de companhia, ajudante de quarto, agente funerário e prestador de cuidados a animais’.
_Há profissões em que os mestres têm um salário médio idêntico ao dos licenciados
Por exemplo: ‘Especialista em políticas da administração’, ‘Jornalista’, ‘Professor de música ou arte fora do ensino oficial’ ou ‘Engenheiro agrónomo, florestal e consultor das pescas’.
_Há uma minoria de profissões em que os mestres ganham, em média, menos que os licenciados
Com destaque para ‘Especialista em relações públicas’, ‘Técnico das telecomunicações e da radiodifusão’, ‘Professor do ensino básico (1º ciclo)’ e ‘Engenheiro de minas, metalurgia e relacionados’.
1O TERMO TRABALHADORES DIZ RESPEITO A PESSOAS AO SERVIÇO: PESSOAS QUE NO PERÍODO DE REFERÊCIA EFETUARAM QUALQUER TRABALHO REMUNERADO DE PELO MENOS UMA HORA PARA O ESTABELECIMENTO, INDEPENDENTEMENTE DO VÍNCULO QUE TINHAM.
2SÃO CONSIDERADOS AS PESSOAS AO SERVIÇO NA FAIXA ETÁRIA DOS 25 AOS 34 ANOS EM EMPRESAS DO SETOR PRIVADO E DO SETOR EMPRESARIAL DO ESTADO. OS TRABALHADORES INDEPENDENTES, DE SERVIÇO DOMÉSTICO E DO SETOR PÚBLICO ADMINISTRATIVO NÃO INTEGRAM OS DADOS ORIGINAIS
Este insight tem por base dados de 2019. Existe um insight com dados mais antigos. Clica aqui e compara a informação.
